2/28/2008

Queen

- Love of my life - A música talvez mais romântica do Queen, Freddie (conhecido pelos seus famosos casos homossexuais) a dedicou para sua amiga Mary Austin, uma das poucas pessoas que o acompanhou no hospital quando ele foi internado com AIDS, num tempo que a doença era desconhecida e repleta de medos e preconceitos (pior do que atualmente) e ficou ao seu lado até a sua morte. Mary, quando Freddie faleceu, herdou uma certa quantia de sua herança e criou uma instituição contra a doença.

- We are the champions - O hino da vitória. Não requer comentários. Milhares de versões existem, mas nenhuma reúne a sinceridade completa daqueles versos, trechos que eram cantados em estádios de futebol lotados, onde Freddie tornou-se realmente imortal.


- Is this the world we created? - Talvez a letra mais politizada das que eu vou comentar. Impressionante a crítica feita, de uma forma sutil e comovente. Se faz sentir. Em algum lugar nasce uma criança que precisa de um pouco de carinho, enquanto um homem rico em seu trono observa a vida passar. O mundo que fizemos à nossa semelhança.

2/26/2008

Se o mar virar sertão, o que é que tem?

"O que é a noite para todos os seres, é dia para o homem que consegue vencer a si mesmo" (Paulo Coelho).
Somos tantas possibilidades quantas conseguirmos listar. Mas enquanto no plano irreal, nada somos de concretos. Abstratos, quase sempre idealizados, e raramente é esta a realidade que nos tornamos.

Mas nunca deixamos de sonhar. Mesmo que saibamos quão absurdos são os sonhos, mesmo que não contemos aos outros nem ousemos ser sinceros frente ao espelho. Pois tentar pôr em palavras algo que os impulsos nervosos consideram impossíveis é mais uma frustração que não estamos dispostos a sofrer. Continuamos a sonhar, e por um momento parece verdade, se a gente esquece de acordar.
Pra rir têm todos os motivos, mas os seus segredos vão contar a quem?

Continuamos também a ter fé. Não é um sentimento imutável, com um rosto definido, um altar certo e nem sequer traz certeza alguma dentro de si. Extrapola o paradoxal. Mas quantos atos não são da mesma natureza na vida? Tantas palavras abandonam seus sentidos usuais classificados em um velho dicionário e se tornam contraditórias no céu da boca, sendo mais uma forma de reinventar o céu e o inferno.

Temos fé na humanidade, em cada um de nós, em Deus. A Fé não deve ser creditada a uma instituição, qualquer que seja - deve ser em Deus, uma mesma Mona Lisa pintada por autores diferentes, ao longo da criação. Seu sorriso ainda guarda mistérios, é enigmático a poetas e cientistas, revela suspiros, merece olhares divinos, enquanto de longe mantém todos os segredos como cartas nas mangas, como um bom jogador que inventa as regras, sem dizer se um dia descerão à mesa.

Se não acreditarmos na humanidade, perdemos a crença em cada um. Estamos cansados de ver diversas atrocidades, mas enquanto reclamarmos apenas, ao fim da tarde, sentado em um banco de uma praça qualquer, vendo a vida passar por si, nada seremos além de espectadores, platéia da nossa própria peça.
E perdendo a crença na humanidade, como macro, perdemos em nós mesmos. Esquecemos que temos a força para suportar qualquer adversidade que nos põe em prova, seja para o bem ou para o mal. E se não houvessem tantas pedras, elas seriam mesmo tão ruim?
Pra quê os trilhos se não passa o trem? Melhor é dar razão a quem perdoa, é dar perdão a quem perdeu.

O amor é pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem. Os mortos sabem mais que os vivos, sabem o gosto que a morte tem. (Zeca Baleiro).

Descubra uma razão, continue sonhando, é tão difícil aprender. É como as ondas - devoram léguas, mas não têm pressa de chegar.

2/21/2008

Não há pessoa no mundo que seja insubstituível. Por muito tempo pode existir a sensação de negação, de vazio, de ausência, mas lentamente ela dará espaço à raiva, ao luto e à aceitação.Pode variar a ordem, mas alguns comportamentos são admitidos como corretos uma vez que implicitamente eles são aceitos pela sociedade, quando vistos individual e coletivamente.Afinal, a coexistência trata exatamente da subjetividade e da intersubjetividade, onde os valores inatos a humanidade, como a honra, a lealdade, a amizade e a fraternidade são disciplinadores de comportamentos e atitudes, de palavras e de silêncios, de véu e de sorriso.Vejo o passado passar por mim - cartas, fotografias, gente que foi embora - e a casa fica bem melhor assim. Não viemos ao mundo para sofrer, para se lamentar, se questionar e se limitar. Estamos aqui para fazer o hoje. Cadê aquele sentimento de mudar o mundo com as próprias mãos? Somos a geração que será esquecida no futuro. Inconscientes, inconsequentes, indiferentes - para nós e para eles (que ainda estão por vir). Todos temos uma oportunidade única em nossas mãos. De fazer história, de entrar nos anais da humanidade por feitos memoráveis, por mudanças de atitude, de consciência e de realidade. Devemos sempre sonhar, por mais que nos pareça inatingível a nossa causa. Devemos amar, por mais que nos faça chorar. Devemos causar impacto, sermos os melhores que podemos ser - marcar a nossa era. Pra nos tornarmos imortais temos que aprender a morrer.

2/17/2008

Sabe? Eu vejo que um bom mentiroso não tem muita imaginação. Se tivesse, seria ele então conhecido como um bom mentiroso?
Uma vez que as palavras nos transportam a lugares que os pés nunca sonharam, vemos tantos riscos, tantas possibilidades, tantos perigos que controlar a língua seria um total desperdício, não é mesmo?
Não conhecemos o limite, não medimos riscos e vícios - estamos sós nessa highway.
E a falta de criatividade leva a mentiras convincentes! O que é a mentira, além do bem e do mal? Aliás, o que é a verdade senão uma mentira contada mais de cem vezes? Uma mentira contada pra si mesmo é a melhor verdade em alguns momentos - quando não existem possibilidades que a substituam satisfatoriamente.
Não existe verdade absoluta numa mente consciente, pois todo pensamento será arbitrariamente subjetivo e suscetível a desenganos.
Não existe verdade que a gente não suporte, não existe mentira que a gente não carregue uma vida inteira. Existe o céu e o inferno dentro de nós, e cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

2/08/2008

“Maharishi — what have you done? You made a fool of everyone.”


‘Maharishi – o que você tem feito? Você fez todo mundo de idiota’.

Essa era a primeira linha de uma canção escrita por John Lennon, em 1968, sobre Maharishi Mahesh Yogi, que morreu esta terça-feira (05/02).
Lennon a escreveu após os Beatles deixarem o ashram de Maharishi em Rishikesh, Índia, e anunciarem que não eram mais seus seguidores espirituais.
Mas como os desentendimentos dos Beatles não poderiam interferir em seu trabalho, a letra (que no mínimo era tida como difamatória) foi alterada e as referências a maharishi foram ocultadas.
Os 4 de Liverpool o conheceram em uma leitura realizada em Londres, quando George Harrison e sua esposa Pattie se interessaram bastante pela cultura indiana e pelo hinduísmo.
Na época em que os Beatles conheceram o maharishi, principalmente Lennon e Harrison eram usuários ávidos de LSD, e as técnicas de meditação do hinduísmo prometiam levá-los a transcender, sem o uso de química.
Os Beatles então participaram de um retiro em Bangor, no País de Gales, e foi durante essa época que o seu empresário, Brian Epstein, faleceu de overdose.
Dentro do retiro, os Beatles ouviram rumores sobre maus-tratos sexuais do maharishi com uma das mulheres do ashram, e por essa razão abandonaram o local. John disse então: “Nós estamos partindo. Se você é tão cósmico, saberá o por quê."
O fruto positivo dessa relação foi o abandono do LSD, numa época em que Harrison já estava deixando gradualmente, McCartney e Starr usavam ocasionalmente e Lennon era usuário pesado. Mas não abandonaram totalmente as drogas, já que continuaram a fumar maconha, e um ano depois Lennon começou a usar heroína.

2/07/2008

A pureza de intenções é capaz de todos os crimes, exatamente como as intenções mais ínvias são capazes dos mais nobres atos. (Maquiavel)

2/02/2008

Beeeeatles

The killing of John Lennon

Em janeiro fez 27 anos da morte de John Lennon, assassinado com cinco tiros pelas costas por Mark David Chapman (que continua no presídio de Attica, em Nova York, e teve quatro pedidos de condicional negados).
E no dia 7 de janeiro foi então lançado o filme 'O assassinato de John Lennon' que, apesar de receber duras críticas pelos tablóides ingleses (o jornal 'The Mirror' não concorda com a criação de um filme sobre o planejamento e homicídio de um ex-beatle), foi muito bem recebido pela crítica americana, recebendo prêmio no Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York.


Across the universe (literalmente)

Em comemoração aos 40 anos da canção 'Across the universe' (do álbum 'Let it be', gravado apenas em 1969, um ano após a elaboração da música), dos Beatles, a NASA tocará a música no dia 4 de Fevereiro, meia-noite, através de uma rede de antenas da agência chamada Deep Space, com destino a Estrela Polar, na galáxia de Polaris, o que demorará cerca de 431 anos.
Paul McCartney celebra o feito: "Bom trabalho, Nasa. Mande meus cumprimentos aos alienígenas."
Yoko também se pronunciou a respeito: "Vejo isso como o início de uma nova era em que vamos nos comunicar com bilhões de planetas através do universo".
À meia-noite então, no horário de Londres, a música será tocada e todos os fãs do quarteto de Liverpool estão então convidados para ouvi-la juntos!