3/13/2008

cá e de volta novamente

Voltamos sempre ao mesmo ponto de partida, não importa de onde começamos. Para toda ida existe um retorno sem paixão. Mas sempre podemos voltar a onde estávamos - nunca ao que um dia fomos.

Existem feridas que não se curam - passado o tempo, o merthiolate e a dor. A lembrança de que um dia já houve menos trevas no pôr-do-sol, sombras ao amanhecer, razões em um silêncio e seduções em outros olhos sempre nos vêm a cabeça e nos enlouquece enquanto voltamos para casa.

Aliás, quem sabe onde isso tudo vai parar? Vivemos em um mundo de extremos, sem conseguir recolher os cacos quando o nosso teto de vidro se rompe, quando rasgam as nossas fantasias de carnavais.

Salvar a própria alma antes de reconstruir a dos outros. Buscar um corpo de César e uma alma de Cristo. Ambição.

Ilusão. Quem é o dono das rédeas disso tudo? Faça o favor de avisar aos desatentos de plantão que a vida não pára enquanto limpamos lágrimas frente ao espelho, ela simplesmente atropela aqueles que insistem no erro e não dão chance ao sorriso e a si mesmo.

3/07/2008

E da noite faz-se o dia. Que faz do silêncio, sinfonia. Do caos, a harmonia. Dita seus passos e suas palavras. Suas razões de evasões,sua busca por um perdão ou por um sentido. é preciso ser forte e conter suas palavras.é preciso ter valor e ter um amor. ter uma razão pra batalhar. é preciso ter alguém emquem confiar. é preciso ter alguém por quem morrer. Por quem faça sentido a confusão do dia-a-dia. Rotina difusa de uma manhã sem sol, de uma noite sem estrelas.Então é outra noite, é outra festa. Outro copo na mão. O gosto amargo emudecido.O copo com o gelo já derretido, a música toma conta do seu espírito.E ele fecha os olhos. Se deixa levar.

3/05/2008

Hoje deveria ter sido votado no STF o futuro dos estudos relacionados às células-tronco, o qual foi permitido em 2005 pelo Congresso Nacional e foi alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) elaborada pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles.
As pesquisas podiam então ser realizadas quando existir a autorização dos doadores dos embriões e podia ser realizada em células-embrionárias congeladas por mais de 3 anos.
Dois votos apenas foram efetivados (a favor do estudo) e o julgamento foi então suspenso até que os ministros se sintam preparados para dar os seus respectivos votos.

Eu acredito inicialmente que o estudo com células-tronco não feriria o princípio de respeito à vida:
- A morte só é constatada quando ocorre a chamada 'morte cerebral'. Os embriões ainda não possuem cérebro. Sendo a morte verificada apenas quando o órgão parar de funcionar, a vida só pode ser concebida de fato quando e enquanto o cérebro estiver funcionando. Na sua ausência, portanto, não se tem vida.

Existem milhares de embriões congelados que estão neste momento sendo mantidos em laboratório:
- Após certo tempo, eles serão jogados fora. E nem todos apresentam-se como geradores de vida em potencial, sendo assim, muitos deles não podem ser fecundados.
- Uma vez que os embriõesmantidos em laboratórios não podem ser fecundados e deverão ser jogados pelo ralo, eles morrerão sendo ou não utilizados em pesquisas, dessa forma desperdiçando o potencial dos embriões de salvar outras vidas.

A possibilidade de curar doenças como Alzheimer, Parkinson, lesões medulares e diversas doenças genéticas:
- A única esperança de milhares de pessoas, em muitos casos.
- Já existem estudos em nível avançado dentro do Brasil e em todo o mundo com células-tronco de embriões.
- Existem outras correntes buscando a cura dessas doenças também, porém essa é a mais promissora.

Conjeturando o Brasil fechando as portas para esse estudo:
- Haverá dinheiro desperdiçado com pesquisas, cientistas e laboratórios.
- O estudo continuará em outros países, o que trará como conseqüência o atraso brasileiro e a conseguinte importação de tecnologia.

E haverá também a abertura de precedentes para outras discussões importantes, como a legalização do aborto.

E você, o que pensa?

3/03/2008

Para mim tudo sempre foi um jogo. E o 'tudo' é tão vago quanto o 'nada' - palavras que não se desbravam em folhas amarelas de um dicionário antigo, mas que se renovam a cadamomento -, nem beiram o paradoxo.
E como em um jogoo, todos adquirimos o véu do jogador - um rosto impassível, que não demonstra medos e anseios, receoso de entregar seus segredos e desejos.
Assumimos essa máscara quando nos encontramos passíveis ao erro. Mas não usamos a mesma face o tempo inteiro - uma no sábado de carnaval, outra no domingo de quaresma.
O tempo é uma idéia ilusória. É eterno para os amantes - e nos agarramos ao jogo, com unhas e dentes, raposas descrentes, tigres e moinhos de vento.
Mas não é uma brincadeira sem regras a nossa vida. Elas mudam o tempo todo, às vezes não conseguimos acompanhá-las, tantas outras não queremos.
Não estamos sós. Coexistimos. Nossas cartas podem não ser as mesmas, mas ambos jogamos. E na troca de olhares percebemos a maldade de cigana que cada um esconde em seu coração.
Jogamos. Cada um sentado em sua cadeira aguarda pelavez de descer as cartas à mesa. Quais são os curingas do baralho? Qual é a ordem do mundo?
Quem dá as cartas do jogo? A Casa é mestre no suspense e no sigilo.
Estamos rendidos à dança da solidão, como um barco em alto mar cercado pela tempestade.
Não tenho cartas na manga. Pago os meus pecados por ter acreditado que só se vive uma vez. Blefei. Assim abandonei também o meu troféu e a minha princesa na linha de chegada.
Eu perdi a aposta.