1/24/2010

infinita highway

Cansei das palavras. De escrever, descrever, cansei! Elas não são fiéis a mim, opto agora pelo agir – quase tão irracional quanto me atrever a pensar demais! Sim, hoje eu andei demais. Talvez ter pensado um tiquinho a mais seria mais inteligente, minhas pernas agradeceriam.

Foram só 12 km, em uma caminhada que não tinha por certo o porvir. Um cartão telefônico com duas unidades, um pensamento fixo na cabeça, um olhar decidido que há algum tempo não reconhecia e... E é bem basicamente isso mesmo, foi tudo o que levei comigo!

Algumas palavras ensaiadas? Não, não preciso de ensaio e cena pra dizer o que eu sinto! Mais do que dizer, o gesto em si falaria mais por mim do que eu poderia me render às palavras que já lhes falei não me serem fiéis, não sou mais fã delas também!

Agora... como posso chegar de mãos vazias? Parei em um supermercado e lhe comprei a halls preta, a pastilha que sempre me deu dor de cabeça, mas sei ser a tua preferida e eu queria apenas agradar!

De um orelhão próximo, de frente ao supermercado, liguei muito rápido, tinha poucas unidades, mas ela já estava de saída, só a vi um ou dois minutos depois, no carro saindo de sua rua e seguindo seu caminho.

Não tive chance de falar com ela, mas não me arrependo, talvez não soubesse mesmo o que lhe dizer! ‘Mas como você é burro, Lucas’, alguém poderia me dizer. Poderia, não lhe tiraria a razão. Eu mesmo não estive com ela durante essa jornada.

Sim, eu poderia ter ligado, poderia saber de seu horário, poderia ter pego um ônibus e talvez a encontrado em sua casa com mais tempo. Sim, tudo isso poderia ter acontecido, mas não foi desse modo que a noite se desenrolou.

Na verdade eu poderia ter saído com o carro e chegaria a sua casa em 15 minutos. Sem sentir a distância, a perna fisgar ou o cabelo secar. Não poderia ter pego ônibus pois o dinheiro que tinha dava exatamente para comprar aquela halls preta nível 5 de refrescância.

O carro estava na garagem, com gasolina, documento e permissão para eu pegá-lo. Mas que valor teria eu chegar lá assim? Eu saberia o valor de poder chegar tão rápido e falar o que eu quisesse e vê-la assim tão facilmente?

Às vezes é preciso um desafio e o toque de destino, acaso, ou qualquer referência que se coloque como a variável que foge ao controle de nossas mãos!

Se eu não suar (literalmente!) para poder conquistar o meu espaço, como vou saber o valor do que tenho? Era o meu desejo que ela pudesse ver em meu suor, minhas lágrimas ou meu sangue que as minhas palavras eram sinceras, através de meu ato – tentei inicialmente com o suor, não é? O sangue deixa pra um desespero maior e coisa e tal...

Mais que as palavras, o ato mostraria a verdade de minha intenção: lhe entregar a halls e cantar um trecho da música do seu filme favorito. Não vou negar, no caminho ensaiei falas e frases mal-elaboradas, mas talvez tenha sido mesmo melhor não tê-las dito, talvez os desencontros existam por uma razão, mas sei que, tanto a espera do encontro quanto a frustração do desencontro, foi tudo apenas fruto da minha cabeça, talvez ela nunca descubra, a menos que agora me leia!

No caminho eu pensei o por quê de estar nessa estrada mesmo! Por que eu estou indo até lá? Ela precisa, ela merece, ela deve saber de alguma coisa? Se sim, o que eu devo, preciso, necessito contá-la? Isso vai fazer o dia dela melhor? Se sim, é melhor eu apressar o passo! Se não, por que ir atrás de algo que não lhe fará bem? Talvez seja melhor que ela não saiba o que pensei, talvez ela mereça – e como de fato concluo – saber o que lhe quis dizer!

Afinal, now is the time of my life, and I’ve never felt this way before!

Eu queria apenas poder olhá-la nos olhos e dizer que nela encontro milhares de razões, de motivos, de sensações e de por quês para amá-la, porque você me faz rir, você cuida de mim, você me dá carão quando eu faço algo errado e não tem receio de bater na minha cabeça com um sorriso maroto!

E quando eu estou passando mal você me faz um sanduíche e não descansa até eu melhorar e você sabe ser carinhosa comigo e também um doce, além de saber ter a força e a garra necessária para eu lhe dizer: você é linda, você tem um sorriso incrível e adoro me olhar nos teus olhos, mas lhe amo por dentro também, por suas idéias e ideais e por teus sonhos também!

Você se fez a minha melhor amiga, você é engraçada e me faz me sentir protegido e seguro nos teus braços, me sentir amado e sim, você é a melhor amiga que já tive, que fez parte dos meus dias, que me faz feliz o tempo todo...

E assim continua essa história, enquanto faço uma compressa em meu joelho esquerdo e meu tornozelo direito... com os versos meus, tão seus que peço nos versos meus, tão seus que esperem que os aceite... dos versos que eu fiz, ainda espero resposta...

3 comentários:

Santos disse...

Belas palavras e de sabedoria também.

www.avaliadordeimoveis.blogspot.com

Pamela Raiol disse...

cara, voce n deve mais postar, mas eu gostei muito, porque eu estava pesquisando marcelo camelo, parei aqui, li vc citar nando reis, e tá tocando little joy por aqui, enfim. bom texto, mesmo.

Lucas Pípolos disse...

Como segue esse blog? Como tu gostas da postagem e manda o rapaz parar de escrever Pamela Rodrigues? Escreva sim cara, tu és bom nisso.