5/11/2008

Eu gostaria de poder falar sobre mudanças: perceptíveis, claras e - principalmente - para o melhor. Gostaria de dizer que eu mudei, talvez mesmo da água para o vinho, mas tá mais pra de uma água repleta de cloriformes para um vinho inebriante de uma safra esquecida.
Talvez até mesmo argumentaria que o meu tempo livre serviu para reflexão, auto-conhecimento e todo aquele blablablá budista. Hipocrisia às vezes combina comigo, talvez porque eu saiba que conhecimento não traz consigo apenas satisfação, traz dor também - e leva consigo a nossa inocência.
Pureza de intenções. Maldição de corações. Ínvia atitude. Insana inquietude. Juventude. Insana. Santa. Mantra. Pilantra...
Antes eu ostentava indiferença, descaso frente ao acaso - um caos e um caso. Em comum, talvez apenas a vontade de esquecer.
Hoje ficou a vergonha e um quê de arrependimento, porém, o que isso tem a ver com o vinho, além de um amadurecimento e uma safra impura? Nada.
Por mais que falem - não existe uma segunda oportunidade. Uma segunda chance é benefício da utopia - o que já não é privilégio nem mesmo dos comunistas.
Você sempre vai ser lembrado por aquilo que fez, e ainda mais pelas coisas que deixou de fazer. E não vai existir arrependimento, lágrima ou sangue que possa fechar os pontos do passado.
Tristeza não é pecado.
Desapareço, me esqueço e recomeço. Reminiscência. Reticência. Inocência e transtorno.
Retorno. Eterno retorno.
Eterno.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma que você se supera! Mais uma vez fantasticamente fantstico!
^^
=)