1/28/2008

Parte III

Ao terceiro dia, doces eram as promessas, sutis eram os abraços, e as idas à praia eram acompanhadas sempre de música e de lua a prestigia-los. Eles não falavam de despedidas, mas era de comum conhecimento que o seu caso tinha prazo curto.
Ele gostava da conquista, e ela era um atalho à sua perdição, com respostas rápidas, que lhe roubava as palavras, e lhe deixava um sorriso bobo. Mas as respostas se repetiam, e ele deixava de sonhar com ela: já a tinha nas mãos.
O trago e o estrago já se confundiam entre os seus versos. Ao final do quinto dia, a lua cheia lhes criava o cenário ideal, mas o silêncio envolvia de receios aquele ambiente. Ela sentia a falta dos sussurros de antes. Era o despertar de um sonho.
Uma volta para a realidade? As palavras surgiram então como reflexo difuso de uma tranposição nervosa. Medo,anseio, insegurança tomam os doces lábios que momentos antes só guardavam amores de um coração para outro.
Uma lágrima cai ao chão, apesar de seu esforço para contornar a situação. Ele ainda tenta segura-la (em vão). Ela corre pela areia, trêmula, sem olhar para trás, sem ouvir o vento, sendo o céu e o mar armadilhas para os seus olhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

"(...)E a única solução que viu naquele momento, na falta de lucidez, foi fugir. Corria desequilibradamente trêmula. Sem olhar para trás. Depois de algum tempo, cansada e sufocada pela dor que sentia , decidiu jogar-se ao mar. Mas de repente caiu pela areia, sem forças a levantar. Assombrada, já não sabia onde estava. Ali mesmo ficou deitada, a delirar. A lua era mais que sua confidente, era também sua conselheira. Fez a lhe consolar. O seu brilho sereno, acalmou a pequena donzela, que adormeceu por alguns momentos. Ao retornar de seu repouso, voltara aos poucos ao seu estado normal.

...

(...)Tentou voltar, não mais o encontrou. Voltou para casa.(...)"