Lucas, o Conselheiro amoroso (?)

-Eu te amo!

Agora a sua sorte foi lançada! O momento de tensão que acompanha essa breve clemência por reciprocidade é o que faz a vida realmente valer a pena.
No instante em que você admite seu sentimento, você se expõe, fraca e debilmente, ao julgamento alheio. Você pode sair com a grande sorte ou com um grande pé na bunda! Já não cabe a você decidir o rumo dos acontecimentos.
Acho que é esse o principal receio da humanidade - não comandar inteiramente a sua vida, expor-se à decisão de outras pessoas, ao fim do Livro dos Dias, ao final desconhecido: Happy End ou Keep Trying.
Por um misto de sorte, virtu e destino - que escapam de suas mãos- você é o principal personagem de uma peça dirigida por outros.
Talvez por isso o sentimento é antagônico à razão. Você sabe que toda essa exposição vulnerável não vai ser totalmente sadia, no entanto, se mostra!
De qualquer forma, a dúvida das pétalas do bem-me-quer é muito pior do que uma negligência. E o tempo - o tempo não volta: tempo parado é tempo desperdiçado. O mal-do-século é a solidão!
Quando você enfim diz à amada que a ama:

• - Se ela não quiser, você seguirá em frente mais rápido, alimentará menos esse sentimento não-correspondido!
• - Se ela quiser, imagine o tempo desperdiçado na expectativa, que já poderiam estar juntos?

Não existe ponto negativo em agir ao invés de ruminar terceiras intenções, não acha?
Ter sentimentos lhe difere de uma grande pedra, mas não lhe torna um ser racional... Por via das dúvidas, eu digo que a amo depois de ouvir primeiro!